segunda-feira, 10 de abril de 2017

“O Nascimento de Uma Nação” e a voz do negro no cinema


Filme resgata violenta rebelião de escravos em 1831 nos Estados Unidos e inflama o debate sobre o negro no mundo cinematográfico.
Cena do Filme "O Nascimento de uma Nação" (Foto: Divulgação)

Filme dirigido e estrelado pelo ator Nate Parker, “O Nascimento de uma Nação” demonstra uma vontade enorme de resgatar uma página importantíssima na história afro-americana. Vencedor do Grande Prêmio do Júri e aclamado no Festival de Sundance, a trama impulsionou um debate enorme sobre o papel do negro dentro do mundo cinematográfico.

O título faz uma alusão à obra dirigida por D. W. Griffith em 1915, época em que os atores negros não eram escalados para filmes e o uso do “black face”. E impulsionado pelo movimento “Oscars So White” – pela ausência de atores e diretores negros na premiação de 2015 – ganhou diversas salas de debates pelo mundo, inclusive na 40ª Monstra de Cinema em São Paulo.

Se fizermos una análise rápida, nos deparamos com pouquíssimos negros reproduzindo grandes papéis, como nos conta a estudante de jornalismo Letícia Maria de Jesus: "Não há negros protagonistas no cinema e quando são, é num filme segmentado." Entretanto, o também graduando em jornalismo Matheus Martins Barreiros, ressalta o crescimento e a valorização do negro no cinema:"Apesar dos poucos artistas renomados, o emponderamento vem crescendo bastante nesse meio, como o filme Moonlight".

Apesar de programas como o “Brasil de Todas as Telas”, que visa a realização de projetos dirigidos por cineastas afro-brasileiros ou negros, e diversos movimentos sociais enaltecendo a cultura negra, vê-se um fortíssimo estereotipo sobre o papel do negro no cinema, como declara a estudante Ana Beatriz: “Quando vemos negros no cinema, é sempre o papel da empregada, do pobre, do burro".

Como tudo nessa vida, fazer cinema também é um ato político, portanto a conscientização, o reconhecimento e principalmente a valorização do negro, devem sim estar presentes nesse meio. E que num futuro próximo, possamos falar de negros e brancos como iguais não só no cinema, mas em toda sociedade.

Por Pedro Henrique



    

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